domingo, 1 de agosto de 2021

Família: Gramacho/Gramaxo Brasão: Gramacho/Gramaxo

"BRASÃO TIRADO DO LIVRO DA NOBREZA E DA PERFEIÇÃO DAS ARMAS DOS REIS CRISTÃOS E NOBRES LINHAGENS DOS REINOS E SENHORIOS DE PORTUGAL", por ANTÓNIO GODINHO (escrivão de D. João III),.36 r


Origem

O sobrenome Gramacho ou Gramaxo, é um sobrenome oriundo de Portugal, mas pensa-se que os primeiros desta linhagem vieram da Nobreza do Reino de Leão Castela, por que havia uma família da Nobreza do Reino de Leão e Castela muito respeitada, e com um sobrenome e brasão similar com a grafia Gramajo, segundo alguns autores antigos eram oriundos das vilas de Torrelobatón, Vega e Valdetronco, da província de Valladolid.

O primeiro membro desta família que se têm conhecimento em Portugal, a receber o brasão de armas Gramaxo foi no tempo de D. Pedro I, em meados do século XIV, teve o título de Barão, Pedro Anes Gramaxo, morador na casa D`EL Rei, casado com Mor Afonso de Bulhão, sua filha Isabel de bulhão casou com Afonso Lopes de Bulhão, seu primo. Esta família Bulhão supõe-se aparentada com Fernando de Bulhões, nome de batismo de Santo António, de Lisboa, de Pádua, segundo os genealogistas a família provém de um parente de Godofredo de Bouillon, o fundador do reino cristão de Jerusalém, que foi com Henrique de Borgonha pai de Afonso Henriques para a Península Ibérica, estabeleceram-se na região que iria ser Portugal, e aqui deixaram descendência, embora outros genealogistas dizem que a família passou a Portugal através de D. Teresa Taveira, que tinha como seu tataravô o Rei Afonso VI, de Castela.

Mais tarde no tempo de D. João I, temos conhecimento de um Fernão Rodrigues Gramaxo, nascido em Évora, foi Fidalgo e morador na casa D`EL Rei D. João I.

Havendo ainda notícia de outros membros da família mais tarde, Fernão Gil Gramaxo, não se sabe onde nasceu, mas sabe-se que morou em Arraiolos no Alentejo, foi vassalo régio do Rei D. Afonso V, depois no tempo de D. João II foi caçador do rei e administrador de uma Capela.

Existe ainda notícia de outro membro da família que viveu na mesma época do anterior, Jerónimo Martins Gramaxo, era Cónego da Sé de Silves, Catedral do Algarve, com Violante Marinha ou Marinho, tiveram os seguintes filhos legitimados pelo Rei de Portugal, documento esse escrito em uma carta de petição ao Rei.

1. João Gramaxo, recebeu o Almoxarifado de Silves em que foi Almoxarife, por carta régia do Rei de Portugal, foi sepultado na Sé de Silves, Catedral do Algarve, em um grande túmulo de pedra em que gravou o brasão dos Gramaxos, foi sepultado na mesma catedral onde foram sepultados, o Rei D. João II e o Vicente Raposa Viegas.

2. Tomé Gramaxo.

3. Bartolomeu Gramaxo.

4. Margarida Gramaxo.


História

Por finais do séc. XV, foram os Gramaxos dos primeiros povoadores da ilha da Madeira, através de Rui Gramaxo, nascido em Évora e fidalgo de D. João I, estabeleceu-se em Santa Cruz, seu filho Salvador Gramaxo no Funchal e na freguesia de Gaula o Gonçalo Pires Gramaxo, onde ocuparam cargos de relevo político e social.
Em 16 Fevereiro de 1554 é concedida uma nova Carta de Armas a Diogo Jacome Gramaxo, morador em Alcácer do Sal, sobrinho do anterior Rui Gramaxo, estabelecido na Madeira.

Rumando também ao Sul estabelecem-se no Algarve, principalmente na zona de Silves, Portimão, Lagos e Lagoa. João Gramaxo filho do cônego da Sé Silves Jerónimo Martins Gramaxo, nasceu por volta de 1455, e faleceu em Silves sepultado na Sé desta cidade em campa com as armas dos Gramaxo, junto com sua mulher Ana Taborda. Foi almoxarife de Silves, o seu túmulo de pedra ainda permanece hoje em dia na catedral.

Vários membros desta família foram navegadores, estiveram ligados ao comércio marítimo de especiarias e ao tráfico de escravos, durante toda a epopeia dos descobrimentos.

Sendo um dos mais conhecidos traficantes negreiros Portugueses da época, o Jorge Fernandes Gramaxo que era meio cristão-novo pela parte da mãe, e gravou o seu brasão de armas Gramaxo em Cartagena das Índias, foi viver para as Índias de Castela deixando a sua família em Portugal e tornou-se o mais rico e influente comerciante em Cartagena das Índias em 1620.

Segundo alguns historiadores estrangeiros o Jorge Fernandes Gramaxo, foi um dos maiores traficantes de escravos negreiros de que se têm registo, mas que obviamente não seguimos essa teoria por que existiram outros.

Em 1595, o capitão Jorge Gramaxo havia preparado duas fragatas à sua custa, com sessenta arcabuzeiros e mosqueteiros, e com elas esteve no Puerto de la Caleta, por ordem do governador para proteger a entrada da cidade do ataque do Corsário Francis Drake.

Havendo ainda notícia de um Diogo Nunes Gramaxo, que foi Capitão do Galeão “S. Luís” que partiu em 4 de Abril de 1591 para Malaca.

Armas

De vermelho, um leão de ouro, armado e lampassado de azul, acantonado de quatro pássaros de ouro. Timbre: o leão do escudo sainte, rematado por uma merleta de vermelho.


Fontes de Pesquisa:

Livros antigos da Nobreza de Portugal legitimados pelo Reino.

Documentos da Torre do Tombo.

Documentos Paroquiais.

Documentos XTF.

Outros Documentos.


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